Predjama, em Postojna? Sopa de letrinhas?

Não, apenas um castelo incrustado em uma rocha, num penhasco. Um dos lugares mais visitados da Eslovênia, localizado numa cidadezinha encantadora!

Como disse no post anterior fizemos de Liubliana nossa base. Assim, de lá saíamos para conhecer as outras cidades/atrações da Eslovênia.

A primeira cidade escolhida foi Postojna. O dia estava frio e chuvoso e, ainda por cima era uma sexta-feira (13/01/17), mas nada de terror, pelo contrário, como sabíamos que no dia seguinte iria estar tempo bom, então preferimos deixar o sábado para Bled.

• CASTELO DE PREDJAMA

Fica a 55km de Liubliana, na cidade de Postojna, ao sul da Eslovênia.

O caminho é MARAVILHOSO !!! Há, 9 km. antes de chegar ao castelo, a entrada para a Gruta Postojna, só que no inverno as visitas são às 11 horas e às 15 horas e, por conta disso, não conseguimos visitá-la – dizem que é a maior gruta da Eslovênia. Bem parecida com a que tínhamos acabado de ver no Líbano (Gruta de Jeita), por isso não ficamos tão tristes.

Na estrada, no caminho em direção ao castelo, é possível se encantar com os vários tons de vermelho das folhas. A paisagem com a chuva ganhava contornos de charme especial. O lugar parece que saiu dos livros de contos de fadas; a qualquer momento parecia que a Chapeuzinho Vermelho ia aparecer junto com a Branca de Neve e seus sete anões … tudo junto e misturado (rsrsrs). A Eslovênia inteira é assim.

O Castelo foi construído no século 13, dentro de uma rocha sobre um penhasco de 123 metros de altura. A construção com a feição atual é de 1570, com os ambientes rocha adentro. Antes tiveram outras versões do castelo, que foram sendo destruídas – uma delas por um terremoto. A primeira menção ao castelo é de 1270. A construção realmente impressiona e encanta, em especial por ser todo cercado pela floresta.

Considerado um dos castelos medievais mais impactantes da Europa – e é pura verdade, bem como é considerado pelo Guinnes’s Book como o maior castelo de caverna no mundo.

O castelo conta com paredes, telhados, terraços e vários andares, todos eles se equilibrando à beira de um abismo com vários túneis e cavernas. A integração do castelo com a rocha é fantástica, em muitas partes são as pedras que fazem as vezes de parede. É difícil saber o que é parede e o que é rocha. 

Os cômodos do castelo revelam como as pessoas viveram lá; como era o sistema de defesa; a sala de tortura para os inimigos capturados; a sala com roupas e armaduras da época medieval; e, um sistema de canalização de água feito na própria rocha para captar a água da chuva.

A parte da qual mais gostamos no castelo foi a “gruta” bem no meio da rocha, super úmida, fria, mas que vale muito a pena chegar até lá, subindo as escadas e olhando para trás, pois tem uma vista muito legal para o vilarejo.

No fim dessas escadas tem um portão que segue para as cavernas.

Não pudemos visitar os túneis porque estão abertos só de maio a setembro – eles ficam fechados nos outros meses porque são habitados por diversas espécies de morcegos e há muito risco de queda, em razão do piso escorregadio – eram usados como rota de fuga caso o castelo fosse atacado em guerra. Para quem tiver interesse em visitar essa passagem é bem escura, eles fornecem lanternas, o caminho é estreito e com muita escada. É considerado o sistema de caverna mais extenso da Eslovênia e com vestígios de presença humana do período da Idade da Pedra. 

A vista desde o castelo para o vale é uma das coisas mais lindas do passeio.

 

Parece que estamos em um filme do Robin Hood, e isso não é à toa. Isso porque um dos antigos moradores era o Barão Erazem – Erazem de Predjama = Erasmo de Predjama – que também roubava dos ricos para doar aos pobres. Ele era conhecido como o “barão dos ladrões” e foi para o castelo para se esconder ao ser condenado pelo rei húngaro Matija Korvin, após esse ter um parente morto por Erasmo. A localização inusitada e de difícil acesso foi um esconderijo perfeito. Porém, ele acabou morrendo ali algum tempo depois, quando estava no banheiro (que era uma casinha anexa ao castelo) e foi bombardeado pelo exército austríaco. Isso porque uma criada fez “delação” e informou ao exército qual era o único ponto vulnerável da construção e, para o ataque, ela acenderia a lamparina quando Erasmo estivesse no banheiro. Ele morou no castelo no século 16 e diz a lenda que no início o castelo era um forte inexpugnável. Agora, se tudo isso é lenda ou verdade é difícil saber, porque na Eslovênia a realidade e a fantasia andam juntas.

Gostamos da visita, mas como percebemos na Eslovênia, infelizmente o forte deles não é a parte interna dos castelos e sim a vista que esses castelos nos proporcionam. A vista é linda e, como em toda a Eslovênia, cheia de natureza. É de ficar doida só de imaginar que naquele lugar, que mesmo hoje em dia não é tão habitado, foram travadas tantas batalhas. Recomendamos a visita, sem dúvida um dos castelos mais diferentes que já visitamos.

Fizemos a visita em hora e meia. 

endereço: 6230 Predjama, Eslovênia

novembro a março = das 10h às 16h

abril e outubro = das 10h às 17h

maio, junho e setembro = das 9h às 18h

julho e agosto = das 9h às 19h

valor: 11,90 € – audio guia esta incluído no valor do ingresso e tem em português. (Valor de Jan/2017)

site: https://www.postojnska-jama.eu/en/come-and-visit-us/predjama-castle/

obs.: fomos no inverno, não tinha fila para nada e no castelo só estávamos Antonio, eu e mais um casal. No verão acredito que tenha mais gente. Se quiser tem a opção de comprar ingresso pelo site, assim evita fila.

# curiosidade: Jackie Chan fez um filme no castelo. O nome é “A Armadura de Deus”.

Saímos do castelo às 2 horas da tarde, ficamos tentando arranjar um lugar para comer, mas as cidades são vilarejos e não tinha restaurante, apenas lanchonete com kebab, então resolvemos ir para Liubliana, mas na estrada vimos um posto bem legal com um restaurante – Marché – uma excelente dica. Ele parece um Ráscal aqui do Brasil – tudo muito limpo, organizado, atendimento excelente e preço melhor ainda – almoçamos, comemos sobremesa e tomamos café, tudo por 27€ os dois.

A Eslovênia é um dos pioneiros da alimentação orgânica, no país inteiro a comida é orgânica.