Baalbeck e os mistérios da Antiguidade!

Agora em Baalbeck, uma cidade linda, cercada de mistérios, inclusive há quem diga que discos voadores estiveram diversas vezes aqui!!! Será ??? Vem viajar conosco em mais essa descoberta, com uma esticadinha em Zahle!

Baalbeck

Baalbeck está a 85km ao norte do Líbano, aproximadamente 2h de viagem desde Beirute.

No dia em que fomos (02/01/17) estava chovendo e pegamos neve no alto da serra – no vale do Bekaa – chegamos a subir a 1500 metros de altitude.

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No caminho há muitas barreiras policiais e o que se deve fazer quando passar por elas eu contei nesse post.

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Barreira do exército na estrada

Fomos passando pelos vilarejos/cidades e é nítido saber qual é cristã e qual é muçulmana. A estrada para Baalbeck, em certa altura, bifurca e lhe dá a opção para seguir em direção à Damasco, na Síria, pois a fronteira fica a uns 20km desde essa bifurcação. Hoje a guerra na Síria, infelizmente, atingiu Damasco, mas à época ela estava livre dessas atrocidades, mas não foi possível conhecer, pois é necessário visto para entrar no país.

A cidade de Baalbeck é pequena, simples, e a “estrela” principal é o sítio arqueológico onde estão as ruínas dos templos romanos.

O complexo dos templos de Baalbeck é um dos principais pontos turísticos do Líbano.

É um lugar ESPETACULAR, com tamanha grandiosidade e história que você nem sente o tempo passar. A riqueza cultural e de informação são de tirar o fôlego. Ela foi reconhecida pela UNESCO como patrimônio histórico mundial, bem como o lugar é considerado como um das 7 maravilhas do mundo antigo.

As ruínas de Baalbeck estão entre os mais importantes monumentos arqueológicos romanos do mundo, com templos de Júpiter (o maior de todos os templos romanos dedicados a este deus), de Baco e o de Vênus, que datam dos séculos II e III d.C. *

Origem

Suas origens são confusas, e sua história mistura-se nas lendas antigas de Baal, que era considerado “o controlador do destino humano”. Indicações encontradas por arqueólogos dizem que sua fundação foi por volta do séc. XII a.C, pelos fenícios. Era uma cidade comercial, que ligava a região ao litoral, mas precisamente Tiro, de onde era enviada sua produção agrícola.

Deus Baal – é uma divindade semítica, associada à tempestade, à chuva e ao sol; consequentemente, o deus da fertilidade e ligado às estações do ano das quais dependem as colheitas na planície do Bekaa. Várias são as inscrições egípcias que falam do Deus Baal-Hadad, assim como poemas épicos descobertos em Ugarit. Sua esposa era Atargatis, deusa da terra, a qual concede fertilidade ao Deus Baal. Os gregos associavam Baal a Hélio (sol); os romanos a Júpiter e sua esposa Artagis a Vênus.*

Quando vieram os gregos que cultuavam o Deus Hélios, ela passou a se chamar Heliópolis = “Cidade do Sol”. Em 47 a.C vieram os romanos que também a chamavam de Heliópolis. Depois da época romana o nome do lugar passou a ser “Bal Bekaa”, que significa simplesmente “vale de Bekaa”, nome que conservou até o séc. 19 d.C.

Muito próspera nos primeiros séculos da era cristã, Baalbek tornou-se muito famosa. Suas construções, do jeito que vemos hoje, foram iniciadas pelo Imperador romano Antonino Pio (138-161 d.C), e continuada por Septímio Severo e outros imperadores até Caracala (211-217 d.C.).

TEMPLOS

Os templos construído pelos romanos tinham como principal objetivo impressionar as nações do Oriente mostrando o poder e a grandeza do Império Romano.

Na construção da base do templo foram usadas pedras que pesam entre 900 e 1400 toneladas alinhadas, perfeitamente encaixadas e apoiadas entre 5 e 10 m de altura sobre outras pedras menores.

O terraço de Baalbek é uma dessas construções que a arqueologia moderna, com todos os recursos de que dispõe, é incapaz de explicar. É uma plataforma construída com as maiores pedras talhadas conhecidas, blocos megalíticos cortados com precisão impressionante formando fundamentos de 460.000 metros quadrados de superfície.

Lá estão os três blocos enormes que são conhecidos como o Trilithon, cada um com mais de 20 metros de comprimento, quase 5 metros de altura e uma largura de 4 metros. O peso de quase 2.000 mil toneladas; os blocos são de granito vermelho e foram extraídos da pedreira que está logo na entrada da cidade, na colina do Xeique Abdallah.

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desenho tirado da Internet
mapa de Baalbeck
mapa tirado da Internet
  • Templo de Vênus

Ele está fora do “complexo de templos”, bem em frente a entrada.

Foi construído em homenagem a Vênus – deusa do amor, da beleza e da fecundidade.

Ao entrar no “complexo de templos” damos de cara com uma escadaria enorme e no seu topo há aquelas colunas enormes. Aqui é daqueles momentos de reflexão, onde você pensa … “caraca” (rsrsrs) como isso chegou até aqui? Olha o tamanco disso \o/. É impressionante e com essa primeira impressão já se pode imaginar o que ainda está por vir.

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Templo de Vênus, antes de entrar no sítio arqueológico principal
  • Templo de Júpiter

Construído no reinado de Augusto (de 63 a.C a 14 d.C), este templo cobre uma superfície de mais de 4 mil metros quadrados. O templo é dividido em:

Propileu: é a parte da entrada – depois de subir uma monumental escada de 51 degraus, chega-se ao propileu com suas 12 colunas monolíticas de 8 metros de altura de granito rosa trazidas de Assuan, no sul do Egito. *

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Assim que passamos pelo Propileu essa é a vista que temos. No fundo era o santuário com a estátua de Júpiter.

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Passando pelo Propileu entramos na sala Hexagonal: sala sagrada. Saindo dela passamos ao Grande Pátio: era onde os fiéis contemplavam a estátua de Júpiter que ficava no fundo do santuário. Aqui tinham dois tanques com água, uma para o ritual da purificação e a outra para purificação dos animais que iam ser sacrificados.

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Piscina para a purificação dos animais – vejam o detalhe da canaleta (com a seta verde) para escoar a água

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Depois do Grande Pátio você sobe uma escadaria que vai em direção ao Santuário: o maior e mais belo monumento greco-romano do mundo – são as colunas desse santuário que medem 20 metros de altura e 2,20 metros de diâmetro, existe somente seis colunas em pé e que é o cartão postal de Baalbeck.*

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Trilitohn – são 3 pedras que estão do lado ocidental do templo e que são a base do Templo de Júpiter, elas tem 19 metros de comprimento, 4 metros de altura e 3,5 metros de largura, pesando mais de mil toneladas. Ele foi construído 20 metros acima da cidade e 7 metros acima do pátio central. O grande mistério aqui refere-se a essas enormes pedras. Estas pedras são um enigma para os engenheiros e arqueólogos porque eles desconhecem o método de sua extração, como foram transportadas, e como puderam ser colocadas com precisão no local. Várias teorias e suposições foram levantadas por estudos realizados a respeito, mas a conclusão a que se chega é que essas 3 pedras estão simplesmente além da capacidade de entendimento da engenharia moderna. Alguns dizem que as pedras, perfeitamente esculpidas, não poderiam ter sido obra de seres humanos. Aqui começa a teoria de que seres de outro planeta foram os responsáveis por tal feito e dizem que teria sido pista de aterrissagem para discos voadores. Não há até hoje qualquer comprovação científica acerca disso, mas é um centro de estudos de ufólogos do todo o mundo. Portanto, mistérios e mais mistérios rondam até hoje esse fabuloso sítio arqueológico.

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  • Templo de Baco

Construído no século II d.C, é um dos mais bem conservados do Oriente Médio.

 

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Templo de Baco

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Baco, o Deus da fertilidade e da alegria, também conhecido como Deus do Vinho. O templo também era chamado de Pequeno Templo, apesar de seu enorme tamanho: 68 metros de comprimento por 36 metros de largura, cercado por 42 colunas de 19 metros de altura cada, com sua porta de entrada considerada uma das mais belas da arquitetura antiga e uma das maiores do mundo, medindo 13 metros de altura e 7,5 metros de largura. Realmente maravilhosa, vejam minha cara de “espanto” com tamanha beleza, cada detalhe, inacreditável! 

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minha cara vendo os detalhes da porta … tem fotos que dão vergonha de colocar (rsrsrsrs) mas são necessárias.

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O templo é imponente, com um lindo espaço interior de 19 metros e uma porta monumental.

Sua decoração interna também era magnífica, com nichos esculpidos, representando diversas figuras mitológicas e ricas esculturas.

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Dentro do templo de Baco nas paredes tem muitos escritos de várias épocas e eles estão em diferentes alturas, são nomes de turistas que passaram por lá no final do século XIX e estão em locais altos porque na época o templo estava grande parte soterrado. 

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Estas placas de mármore também estão no alto e são em comemoração ao financiamento que o rei da Alemanha fez para as escavações do templo. A placa esta escrita em alemão e turco (turco ainda em letras árabe). 

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Era um local reservado aos iniciados e sacerdotes, e eles tinham um ritual onde tomavam diferentes bebidas, a intenção era atingir o êxtase para a salvação. Além de templo o local também funcionava como um banco, onde as pessoas depositavam jóias e dinheiro para ficarem guardadas em segurança.

Historiadores descrevem o local como um cenário de orgias e prostituição de luxo, mas esse templo foi, sobretudo, um santuário dedicado aos deuses populares.

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Em uma de suas paredes externas pode-se ver uma coluna que tombou após um terremoto, mas não ficou destruída porque são duas peças presas por braçadeiras de ferro incrustadas em seu centro.     IMG_3242

Saindo do Templo de Bacco essa é vista que temos do sítio arqueológico de Baalbeck.

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A Mesquita Iraniana abaixo é linda. Ela foi construída em 2010 e fica na Avenida principal da cidade.

Maqan As-Sitt Khawla é o nome dela: uma verdadeira obra de arte pois parece estar coberta por um tapete persa. É um local de peregrinação mulçulmana, particularmente xiita. *

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Em frente, onde paramos o carro, tem esse outro sítio arqueológico que está sendo descoberto e ainda não está aberto ao público.

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Enfim, esse local é incrível, fantástico! Outros sítios arqueológicos no mundo são até mais famosos, como em Roma, na Grécia, Turquia, Jordânia, entre outros, mas este complexo de templos no Líbano, é um dos mais bonitos e impactantes. As fotos não mostram tamanha beleza do lugar. Visita com certeza mais que obrigatória, e um conselho, quando for para Baalbeck, mesmo que prefira viajar sozinho, sem ter nenhum guia, vá com alguém que conheça a região, por vários motivos: um deles é que o lugar tem tanta história e sua viagem ficará ainda mais rica com alguém para te contar um pouco dos fatos ali vividos pelos diversos povos que por lá passaram. 

horário: aberto todos os dias – inverno: 8h às 17h / verão: 8h às 18h

valor: 15 mil L.L = 10 dólares 

No caminho de volta para Beirute passamos por Zahle, que é a cidade dos meu avós.

ZAHLE

Muitos emigrantes libaneses saíram daqui para o Brasil, como meus avós. E por conta disso a avenida principal da cidade se chama Rua Brasil – desde a entrada da cidade até a fonte do Rio Bardaouni, sempre em paralelo a este rio, avenida arborizada e local comercial. Inaugurada em 1925 em homenagem ao país que recebeu de braços abertos os emigrantes libaneses.

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Ela é a capital e cidade mais importante do Vale do Bekaa, distante apenas 55 km de Beirute, numa altitude de 1000 metros. No verão tem uma temperatura agradável e neve no inverno.

Ela é a terceira maior cidade libanesa e é muito procurada por turistas por causa de seus hotéis, resort e sua gastronomia tipicamente libanesa.

Fundada no século 18 d.C., às margens do Rio Berdaouni, conhecida como a cidade das uvas e poesias. A cidade conta com uma população de maioria cristã.

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No verão é uma cidade muito movimentada, à beira do Rio Berdaouni, contando com vários restaurantes, bares, cafés e sorveterias com mesas para fora, onde as pessoas vão passear. A tradição dos restaurantes à beira do rio Bardauni começou há mais de cem anos.

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Infelizmente quando passamos por Zahle, na volta de Baalbeck, estava chovendo e a maioria dos lugares estavam fechados, mais um motivo para voltarmos (rsrsrs).

No próximo post continuo a viagem pelo Líbano, outras paisagens deslumbrantes. Não percam !!! 

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*Obs.: as informações com * foram tiradas do Guia: Líbano – Um oásis no Oriente Médio – Roberto Khatlab. Como mostrado nesse post.  O guia pode ser encontrado nas lojas Maxifour no Brás e em Moema.

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4 Comentários

  1. Este é o local mais espetacular da humanidade antiga, tenho verdadeira fascinação por baalbeck e seus templos lindos e espantosamente grandes.
    M dia terei o prazer de conhecê-los.

  2. Seria a realização de um sonho, visitar Baalbek e passar por Zahle, terra de meus bisavós. Pesquiso sempre na internet sobre este pequeno gigante chamado Líbano,nome que foi pronunciado pelo próprio DEUS quando da divisão de Canaã entre as 12 tribos de Israel. Abençoado país!!!

    1. Edson, Zahle é uma cidade encantadora. Terra dos meus avós paternos. Pena que quando fui chovia muito, mas mesmo assim valeu muito a pena. Obrigada!

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