ANO NOVO EM ROMA !!!

31/12/2016 – Último dia do ano e nós estávamos em Roma … era muita felicidade !!! Já dissemos no post anterior que nunca passamos o Réveillon fora de “casa”, quase sempre ficamos na incumbência de organizar a festa (muito gostosa sempre, apesar das baixas que a vida infelizmente nos proporciona). Assim, tratamos de ir em busca de uma nova experiência. Como é o fim de ano fora do Brasil? E, em especial, em Roma?

Bom, de fato é bem diferente. Não apenas pelo fato de estar em outro país, o que já dá o toque da mudança, os sinais característicos são outros e isso é perceptível no clima da cidade. No Brasil é preparação total, mesmo em São Paulo, onde a cidade fica com pouca gente em comparação ao habitual, o clima de arrumação, pré-festa é evidente – há uma ansiedade no ar, até mesmo nos programas de rádio, televisão e até nos portais da internet. E, para nós, dois sinais são bastante característicos: (i) os rojões que estouram, às vezes já começando no dia 29 ou 30, indo em uma crescente, chegando no almoço do dia 31 parecendo que já foi a virada do ano; e, (ii) no dia 31 as pessoas, em sua grande maioria, saindo com roupas claras, preferencialmente a cor branca. Já em Roma isso não acontece. Os dias são normais, claro que há uma lotação maior que o comum, mas como alta temporada, não como clima de festa. O som dos rojões não existe, salvo literalmente quando chega a hora da virada. E, em razão do frio, as cores das roupas costumam ser escuras mesmo, pois o mais importante é se proteger do inverno que esse ano foi rigoroso. Não há um show ou animação comandada por algum astro ou cantor, como no Brasil, as pessoas saem às ruas aos milhares, cada turma em direção ao seu monumento histórico de preferência (Coliseu, Pantheon, Circo Máximo, dentre outros). Desse modo, após essa introdução, vamos contar um pouco de como foi o nosso último dia de 2016.

Fizemos a programação do dia, saindo para tomar o café da manhã com uma passada no tradicional Café Sant Eustachio como todas as manhãs – para tomar um espresso e, depois, seguimos para “medir rua”. A primeira parada foi pegar os cannolis para a sobremesa da nossa ceia de Ano Novo, na Nonna Vincenza e, óbvio, com direito a degustação (rsrsrsrsrs).

Nonna Vincenza

Achamos essa maravilha andando sem rumo por Roma, voltando de Trastevere na noite anterior e passamos em frente, mas estava fechado. O Antonio cantou a bola que ali deveria ser bom … dito e feito … voltamos e comprovamos que é muito bom, além de muito tradicional na cidade. A doceria fica próxima ao Campo dei Fiori, uns 300m.

Tem tanto sabor de cannoli que ficamos perdidos, compramos o de chocolate e o de creme, bem como outro doce que parece o sonho no Brasil.

endereço: Via Arco del Monte, 98a/98b

horário: seg. a sáb – 7h30 às 20h30 / dom. – 8h às 20h30

site: http://www.dolcinonnavincenza.it/sito/home.php

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Compras da ceia de Ano Novo finalizadas, então seguimos para o Vaticano, no intuito de agradecer pelo ano que estava acabando e mentalizar bons pensamentos para que 2017 seja excepcional. O passeio se deu em meio ao frio delicioso e Sol, do jeitinho que gostamos. Já chegando ao Vaticano, por ser o último dia do ano, fomos informados que a Basilica de São Pedro fechou às 12 horas, poucos minutos antes de nossa chegada, mas isso não impediu que fizéssemos nossas orações e agradecimentos de fim e de início de ano.

Continuamos a nossa andança sem rumo – que particularmente eu e o Antonio amamos. E uma coisa nos chamou muito atenção, de todas as vezes em que estivemos em Roma, no verão ou no inverno, esta foi a vez em que a cidade estava mais cheia. Tinha muita gente em todos os lugares, ruas, restaurantes, lojas. Impressionante, a cidade estava muito diferente, com uma atmosfera especial, difícil explicar.

De volta para “casa”, pois era hora de preparar a ceia (essa tarefa deixo para o Antonio … rsrsrsrs).

• CEIA DE ANO NOVO

. Filé mignon suíno enrolado com pancceta e alecrim

. Ravioli recheado com alcachofra e molho de tomate

Tudo acompanhado de um belo vinho tinto nacional – um Brunello di Montalcino – e, para finalizar, de sobremesa frutas e os cannolis.

Nossa ceia estava ESPETACULAR !!! Assim, ceiamos e fomos nos arrumar para sair em direção ao Coliseu.

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Saímos por volta das 21:30 horas para o Coliseu, passeando, sem pressa. E munidos de nossa garrafa de Champagne (Gosset).

Chegamos lá por volta das 22:15 horas e ainda estava vazio – vou confessar que quando vi aquilo com pouca gente me deu uma tristeza (rsrsrsrs) – estava todo mundo indo em direção ao Circo Máximo, onde também há comemoração, como em todas as praças e lugares públicos de Roma. Lá perguntamos para uma policial sobre onde seria a queima de fogos e a festa, mas ela nos disse que a Prefeitura não ia fazer queima de fogos, apenas jogo de luzes em todos os lugares públicos da cidade. Um tanto quanto decepcionados, então voltamos para o Coliseu, pois já estava começando a encher.

Desse modo, sem os fogos “oficiais”, as próprias pessoas levaram seus rojões e “morteiros” – não eram todos os adeptos a essa prática. Há muito vendedor de “buginganga” (óculos coloridos, tiara com luzinha, confete colorido e com brilho), isso é bem chato, mas faz parte. Há, ainda, aqueles que ficam vendendo Prosecco, de duvidosa procedência, mas, se a polícia vê, ela recolhe e apreende as bebidas. Há algumas pessoas idiotas (sim, em todo lugar do mundo tem) que ficam estourando “bombas”, não “bombinhas” simples, mas aqueles “morteiros”, como conhecemos aqui. E mais! Eles jogam perto das pessoas para assustar e, não contentes, também jogam perto ou embaixo dos arcos do Coliseu, a fim de potencializar o estrondo – muito ruim. Ainda mais numa fase triste e tensa, onde o Mundo, mais especialmente a Europa, está passando por tantos atentados.

Assim, buscamos um local mais afastado. As pessoas começaram a soltar seus rojões por volta das 23:45 horas. Quando foi meia noite os fogos aumentaram e foi MUITO LEGAL eu AMEI, uma experiência bem diferente. Admirar aquela maravilha com tanta gente, com milhares de pessoas de todos os lugares do mundo é encantador. Imaginar que ali foi palco de taaaaaaanta história e nós estávamos comemorando a chegada de um novo ano… INDESCRITÍVEL. A virada de ano foi espetacular! Bem diferente da forma como comemoramos no Brasil, mas foi extremamente significativo para nós. Depois da virada, fomos andar um pouco. Fechamos 2016 com chave de ouro e com um champagne maravilhoso! Prontos para começar as férias e renovar as energias para 2017 !!!

Agora, não temos como não falar sobre o medo que está presente por toda cidade (não apenas em Roma), em razões dos lamentáveis acontecimentos vitimando tantos inocentes. Sim, esse medo existe e nós sentimos. O ambiente fica estranho, as pessoas desconfiadas, muito diferente do medo da violência existente no Brasil. Na Europa não se sabe de onde, quando ou de que forma pode ocorrer algo, principalmente quando estamos num aglomerado de pessoas como foi no Ano Novo. Você percebe que todos estão com um olhar de apreensão, mas ninguém deixa de fazer as suas coisas por causa desse medo. Literalmente, vida que segue. As ruas, as praças, estavam LOTADAS, todos foram comemorar a chegada do Novo Ano. A pergunta que fica é: vocês voltariam ou passariam em outro lugar da Europa? Sim, com certeza, basta tomar cuidado e estar mais atento!

O frio estava presente, como eu e o Antonio amamos !!! 3º com sensação de -2º … 

* obs.: 

1. outra coisa que nos chamou atenção foi que, por ser dia 31/12, tudo funciona normal por lá, não apenas o comércio e os restaurantes, mas inclusive obras estavam em andamento, com os operários trabalhando, não param por conta do Ano Novo.

2. outro episódio que nos despertou a atenção foi o povo, provavelmente os locais (italianos), soltando balões (proibido no Brasil) pouco antes e no momento da virada do ano. Todos balões parecidos, brancos, iluminando o céu de Roma. É lindo, mas estranho, ainda mais em uma cidade com tantos monumentos históricos. Chegamos a ver um desses balões que começou a subir, mas ficou preso em um dos arcos do Coliseu, vindo a pegar fogo. Enfim, hábitos culturais diferentes, interessantes e que devemos respeitar.